Bruno Henrique atinge marca centenária de gols pelo Flamengo e recebe homenagem no Ninho do Urubu


Bruno Henrique alcançou um feito histórico com a camisa do Flamengo. Com os cinco gols marcados no início da temporada de 2025, o atacante chegou à marca simbólica de 100 gols pelo clube. Para celebrar o feito, o jogador recebeu uma homenagem especial nesta quarta-feira (20), no Ninho do Urubu, em um momento de grande emoção.



— Cheguei aqui com um pouco de desconfiança da parte de fora. Mas sabia quem eu era, o que eu poderia entregar para esse clube. Meu dia a dia, desde aquela época até hoje, não mudou em nada. Trabalho bastante focado para ajudar o Flamengo sempre, desde quando cheguei ao Rio. E vai ser assim enquanto estiver no clube. Sempre que entro em campo dou o melhor pelo Flamengo, minha família, amigos e todas as pessoas que torcem para mim — declarou Bruno Henrique.


— Sou um cara iluminado e abençoado porque foi Deus que me colocou aqui. Com 21 anos estava virando jogador profissional. Para muitos era difícil, desacreditado, e hoje fazendo 100 gols pelo Flamengo é para poucos. Eu consegui, eu venci — disse, com lágrimas nos olhos.

Vestindo o manto rubro-negro desde 2019, Bruno Henrique coleciona títulos e momentos inesquecíveis pelo Flamengo. Durante a cerimônia, ele destacou um episódio marcante de sua trajetória no clube, sem deixar de relembrar as conquistas ao longo dos anos.


— Muito feliz por mais uma conquista individual. O gol mais marcante foi em 2019, na semifinal da Libertadores (contra o Grêmio). E jogos, tive vários inesquecíveis, se for citar vou ficar aqui até mais tarde. Mas deixo também esse jogo contra o Grêmio (5 x 0 ) da semifinal.

O atacante recebeu das mãos do diretor de futebol, José Boto, uma placa comemorativa e uma moeda como reconhecimento pela expressiva marca.



— O Bruno é aquilo que um campeão deve ser. Alguém que já ganhou muitas coisas e trabalha todos os dias para ganhar mais. Ele deve ser um exemplo daquilo que é o Flamengo daqui para a frente, que é a postura de querer conquistar mais — disse o dirigente.

O centésimo gol do camisa 27 foi anotado no clássico contra o Vasco, durante o segundo jogo da semifinal do Campeonato Carioca. No entanto, essa mesma partida trouxe um revés para o jogador, que sofreu uma lesão na coxa direita. Por conta disso, ele não pôde atuar na decisão do estadual e ainda segue em processo de recuperação, sem previsão para voltar aos treinos com o elenco.

Com esse feito, o atacante passa a integrar um seleto grupo de jogadores que atingiram a marca centenária de gols pelo Flamengo. O ranking é liderado por Zico, maior artilheiro da história do clube, com impressionantes 508 gols. Entre os atletas do elenco atual, apenas Pedro também faz parte da lista, com 137 gols anotados pelo Rubro-Negro.

Além do feito individual, Bruno Henrique conquistou seu 15º título pelo Flamengo com a recente taça do Campeonato Carioca. Junto com Arrascaeta, ele agora faz parte do grupo de jogadores que conquistaram cinco estaduais pelo clube, se juntando a lendas como Adílio, Leandro, Rondinelli e Léo Moura. No topo da lista, estão Júnior e Cantarelli, que ergueram o troféu seis vezes, e Zico, recordista com sete títulos estaduais.


Confira outras respostas de Bruno Henrique:


Frase “outro patamar”

— Nem sei o que dizer. Foi pelo calor do jogo, falei essa frase e acabou viralizando no mundo inteiro. Hoje vendo que todo mundo usa, é uma frase tão normal. Fico muito feliz com essa frase que criei nesse jogo contra o Vasco.


Filipe Luís

— Além de um amigo, é um treinador focado em tudo que passa para a gente, que trabalha, dedicado. Tem pouco tempo de clube e carreira, mas parece que tem anos como treinador. A gente se sente muito feliz tendo o Filipe com a gente. Treinador que a gente conhece, que dá total confiança para trabalhar, sabe de melhor dentro de campo. A gente se sente super à vontade com ele.


Fama de Rei dos Clássicos

— Clássico a gente sabe como é, e vencer é muito importante. Tem aquela zoação também, não só do nosso lado, do torcedor também. Eu entro de forma diferente, isso que me motiva em todos os clássicos. Claro que não escolho o time que quero marcar. O Vasco é a vítima que mais fiz gol, nada pessoal contra eles. É mais a vontade de fazer gol em clássicos e acaba sendo mais contra eles.


Grave lesão em 2022

— Tive dois momentos difíceis na carreira, um no Santos, do olho, e em 2022 no joelho. O mais difícil é escutar coisas de pessoas, que eu não poderia voltar a jogar em alto nível. Hoje a gente vê, não só no futebol, mas em outras áreas, como a medicina está bem evoluída, a aparelhagem, suporte… Flamengo me deu total apoio, confiança, que eu precisava nesse momento difícil. Foco na minha cabeça, a determinação que fez eu mostrar para todo mundo que estava falando que era errado. Trabalhei em silêncio, momentos difíceis, e dei a volta por cima.


Filosofia

— Todo mundo hoje quer fazer parte do plantel do Flamengo, o time que a gente tem, pela qualidade de todos os jogadores, pelo CT que temos, que é estilo Europa. O Danilo usou uma frase quando ele chegou, falou que é muito bonito de se ver, quem está do lado de fora não consegue, só quem está dentro. A gana que a gente tem de conquistar título é surreal. Ganhamos e não ficamos eufóricos, sabemos que é pouco pela grandeza do Flamengo. A gente sabe também que é difícil porque tem outras equipes muito qualificadas que querem vencer do Flamengo. Quando se trata do Flamengo, elas vêm diferente, a gente sabe disso. Todo mundo quer vir para viver esse momento que a gente vive aqui. Deixo essa palavra de muito trabalho no dia a dia.


Mais 100 gols?

— Não sei se cabem mais 100 (risos). Mas vou fazer o meu máximo, como sempre venho fazendo no dia a dia, com trabalho, dedicação. Quero poder cada vez mais colocar meu nome na história do clube. Vou dar meu melhor para crescer nessa prateleira de títulos e conquista individual.


Taticamente aos 34 anos

— Filipe, quando assumiu a equipe profissional, veio conversar comigo. Vinha cada vez mais colocando na minha cabeça que eu poderia ser um jogador mais à frente do que na beirada e me explicou o motivo. No meu melhor ano, em 2019, foi jogando ali de atacante, como 9. Ele vê isso em mim ainda, que eu posso ser aquele Bruno Henrique ainda, mais perto do gol, finalizações, cabeceio, ataca a profundidade. E estando mais perto do gol, eu tenho toda essa estrutura para poder ajudar a equipe, a forma que ele quer que a nossa equipe jogue. Isso que ele vem conversando comigo e coloca cada vez mais que eu posso ser decisivo aqui no Flamengo.


Mundial de Clubes

— Objetivo maior do clube, um deles, é o Mundial. Competição difícil, com grandes clubes europeus, mas a gente chega forte pela equipe que temos, pelo começo de ano que viemos fazendo. Claro que com os pés no chão, não deixar o oba-oba de fora para dentro contaminar o nosso dia a dia. Porque muita se fala que o Flamengo é um time imbatível. Mas tem outras equipes no começo do ano mostrando muita qualidade, o próprio Internacional, nosso adversário no primeiro jogo. Equipe que não perdeu ainda, muita qualificada, difícil de jogar. Tem outras equipes também qualificadas que podem trazer dificuldade para a gente no campeonato. Vejo que temos que continuar trabalhando jogo a jogo, competição a competição, e esquecer esse oba-oba que estão falando do Flamengo. Claro que o Flamengo é grande, mas isso é para fora. Aqui dentro todo mundo trabalhando junto, focado, para poder conquistar os objetivos.


Principal parceiro no Fla

— Vai ser surpresa para todo mundo, um cara que me ajudou bastante desde a minha chegada no Flamengo é o Rodinei. Conheço ele desde quando comecei a jogar no profissional, joguei contra ele no Crac em 2012. De lá para cá, foi um cara que sempre tive contato, viramos amigos, irmãos, sou padrinho de uma das filhas dele, amo a família dele. A gente sempre se comunica, fala de tudo, ele fala super bem do Flamengo, cara que está jogando muita bola na Europa. E era o meu melhor amigo aqui. Quem dera (voltar), foi um cara que me ajudou bastante no Flamengo.


Outro patamar como 2019?

— O time de 19 tinha características diferentes, cada jogador daquele elenco. Hoje é mais qualificado, com jogadores melhores do que 2019. Hoje temos banco, naquela época… Não é falando mal de nenhum jogador, mas os jogadores que temos hoje são mais qualificados. Totalmente diferente daquele time que a gente tinha.



Fonte: Netfla

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