Estudo revela que nove clubes do Brasileirão não cumprem fair play financeiro


O tema do fair play financeiro ganha destaque no futebol brasileiro, com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em processo de elaboração de diretrizes que envolvem os clubes. Para embasar essa discussão, a consultoria SportsValue realizou um estudo abrangente, analisando os dados financeiros dos últimos três anos (2022, 2023 e 2024). O resultado revelou que nove clubes foram “reprovados” segundo a metodologia da consultoria, que se baseia em três critérios fundamentais.

Critérios de Avaliação

Os critérios estabelecidos para a avaliação incluem: controle rigoroso dos déficits e prejuízos, com um limite máximo de R$ 20 milhões negativos em média nos últimos três anos; controle dos gastos com futebol, onde os salários e contratações não podem ultrapassar 73% das receitas; e um endividamento controlado, com o índice Dívida Líquida/Receita abaixo de 2,0.

Os clubes que não atenderam a esses critérios foram: Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Grêmio, São Paulo, Santos e Vasco. Esses times apresentaram déficits que os colocaram em situação financeira delicada. Para se manterem “em dia”, os clubes não poderiam ultrapassar os R$ 20 milhões negativos anuais. Confira abaixo os déficits médios de cada um deles nos últimos três anos:

  • Botafogo SAF: R$ 200,4 milhões
  • Bahia SAF: R$ 130,1 milhões
  • Atlético-MG SAF: R$ 117 milhões
  • São Paulo: R$ 104,1 milhões
  • Vasco da Gama SAF: R$ 101,2 milhões
  • Corinthians: R$ 55,1 milhões
  • Santos: R$ 31,3 milhões
  • Grêmio: R$ 26,9 milhões

Além dos nove clubes mencionados, Coritiba SAF (R$ -14,7 milhões), Vitória (R$ -10,2 milhões) e Ceará (R$ -4,2 milhões) também apresentaram déficits, mas dentro do limite estipulado pelo estudo.

Clubes em Situação Favorável

Por outro lado, dez clubes se destacaram por operarem no “verde”, apresentando resultados financeiros positivos. Athletico-PR e Flamengo foram os grandes protagonistas, ambos com um superávit de R$ 151,5 milhões nos últimos três anos. O Palmeiras se destacou como o clube que mais se aproximou desse desempenho, apresentando um superávit de R$ 75 milhões. O Internacional e o Cuiabá também mostraram resultados positivos, com R$ 45 milhões e R$ 42,6 milhões, respectivamente.

Abaixo, o ranking completo dos clubes analisados no estudo:

Superávits / Déficits – Média dos Últimos 3 Anos (2022/2023/2024) – R$ milhões

  • Athletico-PR: 151,5
  • Flamengo: 151,5
  • Palmeiras: 75,0
  • Internacional: 45,0
  • Cuiabá SAF: 42,6
  • Fluminense: 28,6
  • Red Bull Bragantino Ltda: 26,7
  • Cruzeiro SAF: 21,9
  • Fortaleza SAF: 6,1
  • Atlético-GO SAF: 3,5
  • Ceará: -4,2
  • Vitória: -10,2
  • Coritiba SAF: -14,7
  • Grêmio: -26,9
  • Santos: -31,3
  • Corinthians: -55,1
  • Vasco da Gama SAF: -101,2
  • São Paulo: -104,1
  • Atlético-MG SAF: -117,0
  • Bahia SAF: -130,1
  • Botafogo SAF: -200,4

Com esses dados, o debate sobre a sustentabilidade financeira no futebol brasileiro se intensifica, refletindo a necessidade de uma gestão mais responsável e eficiente nos clubes. A implementação do fair play financeiro pode ser um passo crucial para garantir a saúde financeira do esporte no país.



Fonte: Netfla

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