Flamengo estipula prazo para resolver entraves de novo estádio e vê meta até 2029 como ‘muito difícil’ de cumprir


Em reunião no Conselho Deliberativo do


Flamengo


na noite de quinta-feira (20), o presidente

Luiz Eduardo Baptista

, o

Bap

, detalhou alguns próximos passos da nova gestão nos quase três meses de mandato.

E um dos temas palpitantes foi a construção do novo estádio. Bap e seus pares se debruçaram sobre o tema e passaram um pente fino no projeto deixado por

Rodolfo Landim

, ex-presidente, para tentar levantar a casa rubro-negra no terreno do Gasômetro, comprado pelo clube no ano passado por R$ 138,2 milhões em um leilão em 2024.

Neste momento, o Flamengo agenda reuniões com prefeitura, empresas e aguarda os resultados de estudos de viabilidade contratados para saber o real tamanho do custo da obra. A análise interna é de que a gestão de Landim não se aprofundou no tema e teve pressa para apresentar o projeto às vésperas da eleição presidencial do clube.

Diante disso, pontos como, por exemplo, obras no entorno para acesso viário não foram devidamente analisados sob a ótica financeira. A empresa

Arena Events+Venues

, contratada por Landim como consultora para apresentação no processo à prefeitura do Rio, foi recontratada por Bap.

O objetivo: finalizar o projeto básico e gerar o orçamento inicial. A análise detalhada deve levar em torno de seis a sete meses e englobar descontaminação, análise do solo, topografia e mapeamento arbóreo. Custos como telões, iluminação também serão estimados.

Neste pacote, claro, está incluída a área da

Naturgy

, com a necessidade de remanejamento de toda uma estação de gás e sua estrutura existente no terreno. O estudo da Arena ainda promete avaliar impactos em adequações viárias e do mobiliário urbano no entorno com o envolvimento da prefeitura.

Ao mesmo passo, o Flamengo também contratou a empresa

FGV

projetos, um braço da

Fundação Getúlio Vargas

, para realizar o estudo inicial de viabilidade e planejamento financeiro. A gestão Landim apontava o custo de R$ 1,9 bilhão para a nova casa. Logo após a conquista da Taça Guanabara, neste ano, Bap garantiu que as previsões são bem mais elevadas.

“O que posso dizer agora é que não tenho a menor dúvida de que esse número de R$ 1,9 bilhão não é verdadeiro. Esse número a ser confirmado é perto de R$ 3 bilhões. O que vamos fazer é esperar que esses estudos sejam completados”, disse Bap na ocasião.

No início de janeiro a nova gestão teve a primeira reunião com o prefeito Eduardo Paes sobre o tema. Nesta semana foi estipulada uma análise do impacto viário no entorno do terreno com a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) e no mobiliário urbano da região com a Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU).

Para o dia 2 de abril está agendada uma reunião com a CET-Rio e a SMTR para discutir a mobilidade.

Um pouco antes, porém, no fim de março, a diretoria rubro-negra se reunirá com a

Naturgy

para debater o remanejamento das operações da empresa de gás natural, que ocupam cerca de 50% do terreno. Durante os encontros com Paes, o prefeito reafirmou à diretoria que a prefeitura vai bancar o remanejamento da estrutura de gás.

Em janeiro, o Flamengo pediu à Advocacia-Geral da União (AGU) um novo prazo de 90 dias para analisar toda a questão da compra do terreno do Gasômetro antes de assinar o termo final de posse. O pedido foi acatado.

O clube arrematou o terreno em leilão em julho de 2024 por R$ 138,2 milhões. Posteriormente, após análise da perícia, pagou mais R$ 7,8 milhões. O valor foi depositado em juízo e a

Caixa Econômica Federal

, proprietária, acionou a Justiça. Após um acordo, o clube se comprometeu a pagar outros R$ 23 milhões parcelados em cinco anos.

A diretoria busca alavancar receitas para levantar a obra sem interferir na competitividade da equipe de futebol masculino.

Linhas de crédito, por exemplo, são consideradas improváveis devido a altas taxas de juros o país.

Um modelo como o firmado entre

WTorre

e


Palmeiras


, menos ainda: o entendimento é que dificilmente no panorama atual algum parceiro bancaria a obra em troca de poder administrar alguns eventos na arena, pois o prejuízo financeiro é quase certo. Pelo acordo firmado com a prefeitura, o estádio deveria ser finalizado até 2029, prazo que a atual gestão considera muito difícil de ser cumprido.



Fonte: Netfla

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