Mesmo com trajetórias distintas desde o início da temporada,
Flamengo
e
Fluminense
se reencontrarão na final do Campeonato Carioca, com primeiro capítulo nesta quarta-feira, às 21h30, no Maracanã, pela quinta vez em seis anos. De um lado, estará um rubro-negro que, com o título da Copa do Brasil em 2024 e o da Supercopa em fevereiro, começou o ano numa lua de mel entre Filipe Luís, jogadores e torcedores. Do outro, um tricolor que, pelo quase rebaixamento no último Campeonato Brasileiro e o começo ruim neste Estadual, viu o técnico Mano Menezes, pressionado logo nos primeiros meses do ano, antecipar o planejamento em relação aos titulares para corrigir a rota e reencontrar o caminho das vitórias e, nas últimas partidas, das boas atuações. Neste cenário, o reflexo é que os atletas tricolores têm, em média, mais minutos em campo do que os rubro-negros em 2025: 568 contra 431.
-
‘Obstáculos estão superados’:
Marcelo Paz, presidente da LFU, diz que clubes estão prontos para a liga unificada
-
Permanência próxima:
Sem pendências, Flamengo e Pulgar trocam minutas e renovação deve ser assinada depois de finais
Especialistas na área da ciência física apontam que tais números não significam, necessariamente, uma vantagem direta para o rubro-negro no confronto.
— A minutagem não define o desgaste que o atleta teve. Posso colocar um jogador em campo para atuar 30 minutos e substituir alguém que jogou 60, e esse cara, nos 30 minutos, ter uma densidade de participação maior do que o cara que ficou 60. Isso porque ele pode ter sido mais exigido em termos de aplicação tática, de forma de jogar, correr, saltar, dar “sprints” em velocidades acima de 25km/h. O jogo se define em alta intensidade — analisa o fisiologista Altamiro Bottino, coordenador científico do Cuiabá.
Flamengo tem mais lesões
Desde que chegou ao Flamengo, o técnico Filipe Luís preza pela intensidade da equipe dentro de campo e pela repetição do time titular. O treinador acredita que, assim, o corpo dos atletas consegue se adaptar melhor e ficar “mais acostumado” a jogar em alto nível e intensidade elevada por mais minutos. Com isso, o controle de carga é uma forma de pensar no planejamento de cada jogador de uma forma mais longeva. Danilo, Arrascaeta e De La Cruz são três nomes que têm recebido programações específicas junto da comissão técnica e do departamento médico.
Por parte do Fluminense, as principais peças tiveram tratamento oposto durante a primeira fase do Carioca: os atacantes Arias, Canobbio e Cano acumulam uma grande minutagem no período. A única preocupação maior foi com Thiago Silva, pela idade mais avançada em relação aos demais. O defensor, inclusive, perdeu algumas partidas por uma lesão no calcanhar esquerdo. Recuperado, o camisa 3 está confirmado para o clássico de hoje à noite.
Entre os dois, é justamente o Flamengo quem mais tem sofrido com lesões musculares. Ao longo do torneio, o rubro-negro viu Alex Sandro, Juninho, Michael, Everton Cebolinha e Bruno Henrique — os três últimos, inclusive, estão fora do jogo de hoje — irem ao departamento médico por problemas desse tipo. O Fluminense teve apenas Lima, que vive a expectativa de ser relacionado por Mano Menezes hoje após problema na panturrilha esquerda. Internamente, o rubro-negro entende que as lesões são “naturais” e tem como justificativa o estilo intenso de Filipe Luís neste início de temporada marcado também pelo forte calor.
Na última terça-feira, a Federação deFutebol do Rio confirmou que a partida de volta, também no Maracanã, será no domingo, às 16h.
Fonte: Netfla